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Comunicação não violenta: dicas para desenvolver no dia a dia

9 minutos para ler

Que tal algumas dicas de comunicação não violenta para melhorar seus relacionamentos e evoluir na sua vida pessoal e profissional?

Essa abordagem tem o poder de qualificar suas relações em casa e no trabalho, abrindo caminho para a sua evolução.

Já falamos sobre a importância da comunicação não violenta aqui no blog, e agora vamos trazer dicas práticas para você aplicar essa ferramenta no seu dia a dia. 

Você vai ver que são mudanças simples que fazem toda a diferença na qualidade dos seus relacionamentos.

Leia até o fim e saiba como se comunicar com mais empatia e eficiência

Comunicação não violenta: 10 dicas para começar hoje

As dicas de comunicação não violenta podem mudar a forma como você lida com pessoas no trabalho. 

Veja as mais importantes para colocar em prática hoje mesmo.

1. Use a observação em vez do julgamento

Um dos pilares essenciais da comunicação não violenta é substituir o julgamento pela observação.

A proposta é lidar com fatos no lugar de opiniões, informando às pessoas o que você observou e deixando que elas mesmas cheguem a alguma conclusão sobre suas atitudes. 

No ambiente de trabalho, isso significa usar observações para mostrar aos seus colegas o que incomodou você ou simplesmente exige uma ação da parte deles.

Veja alguns exemplos práticos de como transformar um julgamento em uma observação nas falas do dia a dia:

Julgamento
“Você está fazendo corpo mole e dificultando meu trabalho.”
“Você precisa prestar mais atenção no que está fazendo.”
“Você está sempre atrasado(a).”
“Por que você não responde meus e-mails? Está me ignorando?”
“Você não se importa em colaborar com os outros.”
Observação
“Você disse que me enviaria aquele documento na semana passada, mas eu ainda não recebi. Preciso dele o quanto antes.”
“Encontrei quatro estatísticas erradas no seu relatório.”
“Você chegou com 10 minutos de atraso àquela reunião importante pela manhã.”
“Enviei dois e-mails para você ontem e não recebi nenhuma resposta.”
“Você não parecia muito disposto a me ajudar naquela tarefa ontem à tarde, quando solicitei seu apoio.”

Dessa forma, em vez de julgar, você apresenta um fato e convida o outro a uma reflexão. 

2. Aprenda a nomear seus sentimentos

A CNV também propõem um autoconhecimento profundo sobre seus próprios sentimentos, além da consciência sobre os sentimentos alheios.

Um bom exercício para desenvolver o lado emocional é começar a nomear seus sentimentos no dia a dia, em vez de apenas expressá-los de forma inconsciente.

Por exemplo, acostume-se a dizer que se sente assustado(a), confuso(a), ansioso(a), envergonhado(a), ofendido(a), chateado(a), cansado(a), triste, empolgado(a), intrigado(a), etc. 

Isso ajuda a comunicar seus sentimentos de forma mais clara e a criar um ambiente mais empático.

3. Tenha em mente as necessidades universais

No livro Comunicação Não Violenta (Editora Ágora, 2006), o autor Marshall Rosenberg propõe algumas necessidades universais que são compartilhadas por todos os seres humanos.

Veja alguns exemplos:

  • Autonomia
  • Colaboração
  • Consistência
  • Conexão
  • Clareza
  • Empatia
  • Integridade
  • Reconhecimento
  • Respeito
  • Segurança
  • Apoio
  • Compreensão.

Logo, se você quer se comunicar de forma mais empática e assertiva no trabalho, precisa ter em mente que todas as pessoas com as quais você convive têm essas mesmas demandas.

Ou seja: seu colega precisa se sentir reconhecido, ter sua autonomia respeitada, sentir-se seguro, e por aí vai.

Quando essas necessidades são negligenciadas, as pessoas tendem a entrar na defensiva e dificultar o diálogo.

4. Faça pedidos em vez de exigências

Outra prática essencial da comunicação não violenta é aprender a pedir em vez de exigir as coisas dos outros.

Para isso, você pode seguir as dicas abaixo:

  • Faça pedidos específicos como “preciso que você seja mais pontual e polido nas reuniões” em vez de algo vago como “preciso que você respeite as regras nas reuniões”
  • Diga o que você quer em vez de dizer o que não quer (por exemplo: “peço que respeite a vez do outro falar” em vez de “não interrompa mais os outros”)
  • Investigue as razões por trás dos “nãos” que receber.

5. Use o modelo de resolução de conflitos

O criador da CNV, Marshall Rosenberg, criou um modelo de diálogo específico para solucionar conflitos:

Quando acontece <evento/contratempo/problema>, eu me sinto <sentimento em relação à situação>, porque <justificativa/necessidade não atendida>. Será que você poderia <pedido para resolução>?

Essa construção simples ajuda você a lidar com situações complicadas e desentendimentos sem criar um clima negativo ou insistir nas divergências.

6. Nunca repita o mesmo argumento

Repetir o mesmo argumento à exaustão leva a uma discussão sem fim e cria um obstáculo entre as partes dentro do diálogo.

Por isso, se o que você está dizendo não está funcionando, a tática da CNV é ser criativo e tentar outras formas de abordar o assunto, em vez de “bater na mesma tecla”.

Isso é muito comum na defesa de pontos de vista em reuniões de trabalho, onde as pessoas costumam se apegar às suas perspectivas e “lutar” por elas.

Não há nada de errado em defender suas visões, mas é preciso ter flexibilidade para incorporar as ideias do outro e evitar conflitos improdutivos.

7. Saiba contornar um “não”

Tudo seria muito fácil com a comunicação não violenta se a resposta fosse sempre “sim” e as pessoas estivessem dispostas a rever seus posicionamentos.

Mas, na prática, especialmente dentro das empresas, ouvir um “não” depois de uma solicitação é uma situação muito comum.

Nesse caso, a melhor atitude a se tomar é investigar as razões por trás da negativa, pois todo “não” esconde um “sim”.

Se a pessoa está dizendo não para você, é provável que esteja dizendo sim para outras prioridades ou esteja sentindo que suas necessidades não estão sendo atendidas.

Então, seu papel é descobrir por que ela recusou o pedido e tentar entender se algum sentimento negativo atrapalhou a decisão da pessoa.

8. Use dados e estatísticas

Comunicar-se de forma não violenta no trabalho fica mais fácil quando você pode usar dados e estatísticas como referência nas suas conversas.

Em vez de entrar em uma discussão sobre um tema controverso, você pode sugerir a análise de relatórios e dados concretos para chegar a um consenso.

Isso resolve muitos problemas de comunicação, pois opiniões costumam gerar embates, enquanto os fatos são apenas os fatos.

Dentro da organização, é ainda mais importante embasar decisões em dados, em nome dos resultados do negócio.

9. Seja conciso em conversas difíceis

Ao deparar com uma conversa difícil, como um feedback negativo ou mesmo uma demissão, a regra é ser o mais conciso possível nas suas colocações.

Se você estender muito as explicações, a tendência é que seus argumentos percam força, principalmente aqueles relacionados às suas necessidades.

Por exemplo, se você precisa chamar a atenção de alguém a respeito do cumprimento de metas, deve usar algo objetivo como:

 “Ontem foi sua terceira avaliação com resultados abaixo da meta. Isso me deixa preocupado, tanto pelo desempenho da equipe quanto pelo seu futuro na empresa. Podemos nos reunir toda semana a partir de amanhã para discutir sua performance e eventuais dúvidas?”

Nesse tipo de situação, é importante não detalhar demais as motivações, pois já ficou claro que há um problema, que ele afeta a equipe e que é necessário tomar medidas.

10. Pratique a empatia

A empatia é a chave para a comunicação não violenta no ambiente de trabalho.

Ser empático significa ter a capacidade de compreender as emoções e o ponto de vista do outro e se colocar no lugar de colegas, gestores e clientes.

Praticando essa habilidade emocional, você terá muito mais facilidade para gerenciar relações profissionais e pessoais, colaborar em equipe e manter bons níveis de engajamento.

Lembre-se também de colocar em prática a escuta ativa, que é basicamente a arte de ouvir o outro com atenção plena e consideração de suas necessidades.

Onde usar as dicas de comunicação não violenta?

As dicas de comunicação não violenta que você acabou de conferir podem ser usadas tanto na esfera profissional quanto pessoal

Durante toda a sua carreira, você terá que lidar com inúmeras pessoas (líderes, subordinados, colegas, clientes, parceiros, fornecedores, etc.) com personalidades e bagagens diversas.

Nesse contexto, a CNV é uma ferramenta essencial para desenvolver seus relacionamentos, mediar conflitos e alcançar o sucesso profissional. 

Não à toa, a colaboração e a inteligência emocional estão no Top 5 das soft skills (competências comportamentais) mais procuradas no mercado de trabalho, segundo um ranking do LinkedIn.

Na vida pessoal, você também terá relações mais saudáveis e equilibradas com amigos, familiares e parceiros se utilizar os princípios da CNV.

Para começar, coloque as dicas em prática aos poucos no seu dia a dia e avalie os resultados.

Você vai ver que uma simples mudança na forma de dizer as coisas pode revolucionar seus relacionamentos e abrir caminho para a sua evolução profissional e pessoal.

E então, gostou das dicas práticas de comunicação não violenta?

Confira também nosso passo a passo de como desenvolver a empatia no trabalho.

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