Quem conhece William Glasser sabe que suas teorias são muito aplicadas em ambientes de estudos, mas elas podem ultrapassar os muros acadêmicos e ter grande impacto no mundo profissional.
Suas pesquisas se diferenciam de outras abordagens e podem ter um efeito tangível na qualidade do ambiente de trabalho e no engajamento dos funcionários.
Neste texto conheceremos quem foi William Glasser, suas teorias e como suas lições podem ter utilidade no mundo corporativo.
Quem foi William Glasser?
Psiquiatra americano, William Glasser desenvolveu estudos sobre comportamento, defendendo que se trata de uma escolha pessoal.
Assim, o bem-estar pode ser encontrado ao optar por comportamentos que melhorem os relacionamentos e aumentam as chances de felicidade.
Com mais de 20 livros publicados, Glasser disseminou a premissa de que todos temos controle sobre nossos sentimentos e ações e devemos assumir responsabilidade por nossas escolhas.
É o criador da Teoria da Escolha, da Terapia da Realidade e da Pirâmide de Aprendizagem.
Biografia de William Glasser
Nascido em Ohio, em 1925, William Glasser estudou Engenharia Química e Psiquiatria.
Manteve um consultório em Los Angeles de 1957 a 1986 e continuou envolvido com a psiquiatria comunitária por mais 20 anos.
Foi também palestrante, escritor e fundou o Instituto William Glasser.
Morreu em 2013, aos 88 anos.
Qual a teoria de William Glasser?
William Glasser é reconhecido pela Teoria da Escolha e pela Terapia da Realidade, a partir das quais muitas outras teorias e conceitos evoluíram.
Terapia da Realidade
Esse método de aconselhamento foi introduzido ao mundo em 1965, encorajando as pessoas a avaliarem suas escolhas, identificando se seus comportamentos as ajudam a chegar onde realmente desejam.
Ao descobrir o que verdadeiramente querem, podem fazer escolhas mais adequadas que levam a melhores conexões e realização dos objetivos.
Esse é o método WDEP, sigla em inglês para Desejos e percepções, Direção e comportamento total, Avaliação e Plano.
A terapia é firmemente baseada na Teoria da Escolha.
Teoria da Escolha
Baseia-se na premissa de que cada indivíduo tem o poder de controlar apenas a si mesmo e deve assumir a responsabilidade por sua própria vida, sem tentar direcionar decisões e vidas alheias.
Um dos princípios centrais é que o comportamento não está separado da escolha, ou seja, todos escolhemos como vamos nos comportar em qualquer momento.
Hábitos de Relacionamento
A Teoria da Escolha encoraja as pessoas a assumirem responsabilidade por suas escolhas e apoiarem os demais nesse mesmo processo.
Assim, desenvolvem sete hábitos de cuidado e conexão que podem ser usados em todos os relacionamentos:
- Apoiar
- Encorajar
- Ouvir
- Aceitar
- Confiar
- Respeitar
- Negociar as diferenças.
Essas são qualidades que definem grandes líderes de equipes.
5 Necessidades Básicas
William Glasser indica também que temos cinco necessidades básicas que motivam nossos comportamentos:
- Sobrevivência/Segurança
- Amor e pertencimento
- Diversão
- Liberdade
- Poder.
Tudo o que fazemos é na tentativa de obter o que desejamos.
Pirâmide de Aprendizagem
William Glasser utilizou a Teoria da Escolha durante a criação da Pirâmide de Aprendizagem, segundo a qual, um professor não deve ser um chefe e sim um guia.
Para um aprendizado efetivo, a chave não está na memorização e sim na participação e na prática.
Na pirâmide, as ações de ler, escutar, ver e a dupla ver e escutar são de aprendizado passivo, no qual o conhecimento é retido de 10% a 50% apenas.
Enquanto isso, debater o que foi apresentado, praticar os ensinamentos e repassar o conhecimento adiante são atitudes de aprendizagem ativa e, nesse caso, os resultados são de 70% a 95%.
Mundos
Dentro da Teoria da Escolha, há também a de diferentes mundos, o de qualidade e o percebido.
O mundo de qualidade está na mente de cada indivíduo, é onde guardamos imagens mentais ou representações únicas e específicas acerca de tudo que desejamos.
São pessoas, lugares, coisas, valores e crenças importantes para você, que o fazem sentir bem e satisfazem a pelo menos uma das necessidades básicas.
O mundo percebido é a forma como experimentamos a realidade, é subjetivo e baseado na nossa cultura, origens, educação, família, idade e outros fatores.
As informações do mundo real chegam a nós por meio de nossos cinco sentidos e, como cada pessoa tem diferentes experiências e valores, a percepção de mundo difere muito de uma para outra.
E há o lugar de comparação, que é onde constantemente confrontamos as imagens mentais do nosso mundo de qualidade com as informações do nosso mundo percebido.
Quando esses dois mundos combinam, nos sentimos bem, mas quando há uma incompatibilidade, sentimos frustração e adotamos comportamentos que nos levarão a conquistar o que queremos.
Lições de William Glasser aplicadas ao trabalho
Há muitos ensinamentos nas teorias de William Glasser que podem ser transportados para o ambiente profissional.
Quando colocados em prática, temos aumento da satisfação dos trabalhadores, da criatividade e da cooperação, comunicação mais eficaz, redução de estresse e de rotatividade.
Conheça as necessidades básicas do colaborador
Ofereça ao funcionário a oportunidade de avaliar suas necessidades básicas para revelar itens que têm efeito significativo em seu desempenho e use-as como base para uma equipe dinâmica.
Pessoas com necessidades diferentes podem se complementar e ajudar a se desenvolver naturalmente.
Colaboradores precisam se sentir conectados com colegas, lideranças, missão e visão da empresa, e empoderados ao ter suas opiniões ouvidas e respeitadas.
Eles devem ter segurança, poder fazer escolhas e se divertir.
Entenda o mundo de qualidade do colaborador
Entenda o mundo de qualidade de um funcionário, as pessoas com quem quer estar, as coisas que deseja ter ou experimentar, seus conceitos e crenças que influenciam seu comportamento.
É uma forma de promover o engajamento, encontrar problemas que precisam ser trabalhados e melhorar o clima organizacional.
Neste item e no anterior, a escuta ativa é essencial.
Aplique o método WDEP
Incentive os funcionários a pensar sobre o que querem, o que estão fazendo para atingir os objetivos, como medem seu progresso e se precisam mudar suas estratégias.
Isso os encoraja a se apropriarem dos problemas e permite que se sintam componentes importantes e capacitados da organização.
Utilize a Pirâmide de Aprendizagem
Estimule a autonomia e promova oportunidades de debate e troca de ideias, o que poderá levar a soluções mais satisfatórias e criar um ambiente mais colaborativo.
Assim, o profissional poderá absorver de forma mais eficaz tudo o que aprender, aumentando a produtividade e trazendo melhores resultados.
Promova o feedback
Solicite aos funcionários que avaliem seu trabalho com precisão e honestidade.
Para isso, o ambiente não pode ser coercitivo.
Os profissionais devem se sentir seguros e ter confiança para compartilhar suas visões sem medo de serem prejudicados.
Uma forma de praticar o feedback é com a ferramenta Owlisten, que permite coletar retornos com eficiência e discrição, além de ser gratuita e colaborativa.
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