Você prioriza a aprendizagem profissional dos colaboradores da sua empresa?
Caso sua resposta tenha sido negativa, é hora de rever sua estratégia.
Não é novidade dizer que o mundo empresarial está em uma fase de transformação.
Os principais motivos são as mudanças no comportamento do consumidor e o desenvolvimento de novas tecnologias baseadas na inteligência artificial (AI).
Para acompanhar essa evolução e manterem-se no mercado, as empresas investem na aprendizagem profissional dos colaboradores.
Porém, qual é o efeito dessa prática na organização?
Como o setor de RH pode estimular a cultura do conhecimento?
Veremos a seguir.
Aprendizagem profissional e o papel do RH
Em um artigo do site da Deloitte Insights, citou-se um estudo feito pelo World Economic Forum que revela um dado impressionante: 54% dos funcionários das empresas entrevistadas precisam de uma requalificação profissional.
Por isso, 84% dessas organizações aumentaram os investimentos em programas dessa natureza, elevaram o orçamento destinado para essa área e expandiram a equipe de funcionários que trabalha no setor de educação corporativa.
Diante desses números, a aprendizagem profissional torna-se a segunda área que mais cresce no setor de RH.
Essa é uma informação impressionante, concorda? Porém, para que as empresas sintam os efeitos positivos da cultura do conhecimento, o RH precisa tomar a frente nesse processo.
Não estamos falando do comportamento tradicional no qual oferece-se treinamento, mas a retenção da aprendizagem é mínima.
Pois, dessa forma, o RH parece uma mãe que insiste para o filho estudar porque sabe os benefícios futuros. Porém, o jovem não vê o conhecimento com os mesmos olhos.
O resultado é o baixo aproveitamento das aulas, mas esse cenário mudaria se o filho entendesse a razão e os efeitos que o estudo tem sobre a vida.
Do mesmo modo, o RH moderno, além de oferecer as ferramentas e os conteúdos dos treinamentos, promove a conscientização da importância da aprendizagem no desenvolvimento global e individual dos profissionais.
Alinhado a isso, o RH observa as necessidades e dificuldades dos colaboradores. Sendo assim, a estrutura da aprendizagem corporativa é personalizada atingindo profundamente as dores da equipe.
Essa nova visão dos recursos humanos assemelha-se às atribuições de um business partner (parceiro de negócios). Uma das finalidades dessa função é analisar os treinamentos que serão utilizados com os times e verificar a relevância deles para os negócios organizacionais.
Como promover uma cultura de aprendizagem profissional
Quem pode ajudar o RH a construir um panorama do aprendizado profissional eficiente?
Os líderes internos.
Afinal, eles são os grandes responsáveis pela formação dos colaboradores e da liderança futura.
Além disso, esses profissionais trabalham próximos das equipes e têm a oportunidade de conhecê-los bem.
Para que essa aproximação ocorra, torna-se necessário o desenvolvimento da empatia. Quando o líder se coloca no lugar de um membro do time, fica mais fácil perceber que tipo de treinamento precisa e o melhor ritmo de aprendizagem profissional.
Essas informações são valiosas tanto para a criação quanto para a melhoria do plano de desenvolvimento individual (PDI) voltado para a otimização do rendimento dos profissionais internos.
Em resumo, será formada uma parceria entre o RH e os líderes visando a conscientização e a distribuição da aprendizagem corporativa.
Impacto da aprendizagem profissional nas empresas
Podemos ressaltar que as vantagens da aprendizagem profissional são enormes.
Uma delas é a redução do turnover (rotatividade) e a retenção dos grandes talentos.
A razão é simples: o colaborador percebe que o conhecimento está potencializando o crescimento de sua carreira.
Esse efeito é sentido quando metodologias eficientes, como a trilha de aprendizagem, são implantadas no programa de treinamento. Dito de modo simples, esse conceito engloba um conjunto de práticas que visam o desenvolvimento de competências.
É um aprendizado personalizado e moldado de acordo com o perfil do colaborador.
Durante o programa, são incluídos cursos, palestras, aulas, projetos e até a gamificação. O objetivo é potencializar o progresso levando em conta as competências e habilidades individuais.
Por exemplo, imagine um time de vendas com profissionais de várias gerações, necessidades e perfis comportamentais distintos.
Dentro desse grupo, há um jovem que precisa melhorar a habilidade de contornar as objeções dos clientes. Existe também um funcionário mais experiente que tem dificuldades em lidar com os mais novos da equipe.
Fica óbvio que, em cada caso, o treinamento precisa ser diferente, certo? Com a ajuda da trilha da aprendizagem, o RH criará conteúdos e atividades que ensinarão esses profissionais a enfrentar os seus desafios.
Além disso, é possível ajudá-los a melhorar as suas habilidades e alinhá-las com as expectativas da organização.
Agora, pense nesse modelo de aprendizagem sendo ampliado para todos os setores da organização. Com certeza, os resultados positivos ficariam evidentes nas estratégias, no alcance de metas e no fortalecimento da marca.
Lifelong learning e aprendizado profissional
Pelo que consideramos até agora, podemos chegar a uma conclusão: a aprendizagem profissional não faz parte da vida corporativa, mas é a essência dela.
Esse pensamento é reforçado no livro “Lifelong learning: more than training”, do autor Gerhard Fischer que aponta a aquisição de conhecimento como algo que deve durar toda a vida.
O conceito apresentado por esse livro: o lifelong learning, significa a contínua atividade de aprendizagem durante todo o ciclo da vida de um profissional.
Esse aprendizado pode ser por meio de tarefas cotidianas, como citado em um artigo da Harvard Business Review.
Esse conteúdo deu o exemplo de um profissional que se interessa em aprender mais do que as suas funções podem ensinar.
Em vez de apenas fazer uma negociação com um especialista de compras, ele observar as técnicas e argumentos dele. Então, tenta aplicá-las na sua realidade empresarial.